sábado, 27 de outubro de 2007

VERGONHA

Vergonha do Externo a Nós
Por vergonha, por medo de rejeição, por queremos agradar os outros, por vezes ficamos muito sem jeito, ficamos acanhados ou embaraçados, para nos comunicarmos, para dizermos algo, para nos manifestarmos.
A vergonha esta relacionada com culpa, timidez, pudor, honra, humilhação, brio, embaraço. Podemos sentir vergonha por ações de alguma pessoa, o que acontece por nos acharmos responsáveis por ela, por acharmos que estamos associados a ela, por acharmos que ela esta nos expondo.
Nossa personalidade é a forma pela qual nos apresentamos ao mundo, ela inclui nossos papéis sociais, carro, casa, tipos de roupas, estilo de expressão pessoal, para personalidade, para o ego, todas estas coisas são objetos de satisfação, de auto-afirmação, fazem parte de uma auto-imagem.
Mas as pessoas da família, os amigos, o trabalho, a profissão, a religião, também são como objetos para personalidade, para o ego, todos fazem parte de uma auto-imagem, também sendo utilizados em nossas necessidades de auto-afirmação, de satisfação.
Assim podemos sentir vergonha de amigos pobres, principalmente perto de amigos ricos. Podemos sentir vergonha de amigos chatos, principalmente perto de amigos legais. Podemos sentir vergonha de amigos religiosos, principalmente perto de amigos não religiosos. Podemos sentir vergonha dos pais quando estamos próximos a alguns amigos, o que parece acontecer principalmente na adolescência.
Mas tudo depende do contexto, da situação. Sentimos vergonha de nossas crenças quando estamos em um grupo que não comunga das mesmas crenças, das mesmas idéias, por fraqueza, por covardia, por medo de rejeição, de ridicularização, somos capazes de fingir e até de negar nossas crenças.
De forma que nossas crenças, não passam realmente de crenças e jamais chegarão a ser uma fé, enquanto continuarmos a ser assim, nojentos e rastejantes. Nossos princípios são trocados pela aceitação dos outros.

A história relata que muitos morreram por seus princípios, precisamos estar dispostos morrer por nossos princípios, pelo menos uma morte psicológica, isso é urgente, se é que realmente temos princípios.
O que fazemos hoje é dar mais valor, mais importância, para nossos egos, para nossas ilusões sobre o mundo, para nossos prazeres e necessidades, que nunca nos trouxeram felicidade real, do que para nossos princípios, nossa consciência, nosso real e verdadeiro Ser.
Toda questão se resume em querermos mudar nossos estados, isso deve ter mais importância do que qualquer outra coisa, nossa consciência, nosso real e verdadeiro Ser, deve ter mais importância do que qualquer outra coisa.
O julgamento, a crítica, a reclamação, são formas de defesa, fazemos isso para ficarmos melhores, superiores ao outros, para nos sentirmos mais a vontade, menos expostos, para nos expressarmos Sobre a Vergonha e os PadrõesA vergonha nasce da comparação entre nossas ações e nossos conceitos, padrões, valores, ou das comparações que fazemos entre nós e as outras pessoas, o que, na realidade, também se refere a nossos padrões, conceitos, valores, aos nossos julgamentos.
Podemos "morrer de vergonha" de certos atos, fatos, situações, pelos quais jamais nos culpariam ou nos condenariam. Mas, por imaginarmos esta possibilidade, nos envergonhamos.
Uma situação que é vergonhosa para uma pessoa pode não ser para outra, pois a vergonha está baseada em padrões, valores, regras, conceitos, preconceitos, objetivos, expectativas, e cada um de nós tem os seus próprios. Nossos valores estão associados à nossa auto-imagem de forma sistemática, hierárquica.
Assim, o que é moral para uma pessoa pode não ser para outra; o que é motivo de vergonha para uma pessoa pode não ser para outra. Tudo vai depender de como esses padrões, valores, regras, conceitos, preconceitos, objetivos, expectativas, estão organizados.

Logo, não só os padrões, valores, regras, conceitos, preconceitos, objetivos, expectativas, são diferentes para cada pessoa, como também sua organização é diferente. A importância atribuída a cada um deles é diferente em cada indivíduo.
Assim, para alguns, ser justo pode parecer mais importante do que ser famoso; para outros, ser rico pode parecer mais importante do que ter paz. Tudo está dentro de nós, todas as idéias de vergonha estão dentro de nós.
Podemos perceber isto qdo sentimos vergonha e estamos sozinhos. Neste momento, damos graças a Deus por não haver ninguém por perto; do contrário, a sensação seria pior.
Quem sente vergonha julga a si próprio. Identificados com grupos, sentimos vergonha qdo não nos enquadramos dentro dos ideais desses grupos, ideais estes que podem estar apenas em nossas mentes.
Uma pessoa elegante que não está arrumada, sente vergonha ao se aproximar de outra pessoa elegante. Em contrapartida, se estiver próxima de uma outra pessoa qualquer, nada sente; às vezes, sente até orgulho, o que é mais provável.
Uma pessoa luxuriosa, que se diverte com revistas pornográficas, pode ficar com vergonha diante das pessoas que condenam ou não gostam de pornografia. O luxurioso acredita que essas pessoas são mais corretas do que ele.
Porém, certamente se sentirá confortável ao lado de outra pessoa luxuriosa. Um outro aspecto da vergonha é a vergonha de mudar de opinião. Temos orgulho demais para admitir uma mudança de opinião; não estamos dispostos a agüentar a chateação e a zombaria dos outros, é difícil assumir que estávamos errados ou que simplesmente mudamos de idéia.
Estamos preocupados demais com nossa auto-imagem, não suportamos ouvir de terceiros que eles nos avisaram, nos aconselharam, que disseram que não iríamos sustentar a opinião por muito tempo. Não suportamos os rótulos. Precisamos assumir as responsabilidades, as conseqüências de nossas ações, de nossas escolhas.

Temos idéias fixas, opiniões fixas; ou gostamos de açúcar ou não gostamos, não concordamos muito se alguém usa açúcar em uma determinada coisa e em outra não. Ou gostamos de uma cor ou não gostamos, não aceitamos bem a idéia de alguém gostar de uma determinada cor para um objeto e para outros não. Ou comemos carne ou não comemos, não aceitamos que alguém queira comer carne quando tem vontade.
As coisas têm que estar definidas e bem definidas, têm que obedecer aos padrões. Quando não seguimos padrões, somos rotulados de estranhos, esquisitos, tolos, incoerentes.
Precisamos ser coerentes com nós mesmos, com os nossos princípios, nossos sentimentos, nossas emoções; não com padrões, idéias, conceitos e preconceitos de terceiros.
É comum temer as pessoas que mudam de opinião, que mudam de comportamento. Esse temor tem origem no fato de não se saber como elas vão reagir. Todos querem que sejamos sempre iguais por causa de suas inseguranças. A opinião é um agente limitador. Limitamo-nos com nossas próprias crenças, opiniões, idéias. Descaut/Aninha


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